sábado, 9 de maio de 2009

Mais uma grade

Como já não ia há pesca há mais de uma semana por razões inadiáveis, quando o meu genro me desafiou para uma pescaria de barco , hoje, nem pensei duas vezes.
Ontem combinei tudo.Levantar, almoçar, arranjar o isco necessário... e o rapaz acorda ás dez, vai tomar duche, pequeno almoço, café... ao meio-dia estávamos no "Pescador" a comprar "lingueirão" e "serradela" que são os iscos mais usados na Ria em pesca embarcada.O primeiro para robalos e o segundo para robalos mais pequenos e douradas.
À minha ingénua pergunta de se havia peixe alguém respondeu que o mercado da  Costa Nova estava cheio dele.
Fiquei de orelha guiada, mas como " o brasileiro que sabe que vi dar mancada e vai" eu lá fui.
Se não for pescar de certeza não pesca... se for pescará ou não.
Bem , almoçados no Clube de Vela da Costa Nova, tanque de combustível cheio,lá vamos com destino, Boca da Barra, e alegres, pois vamos para a festa.
Uma dúzia de embarcações no Canal Principal e ninguém na boca da barra.Não é bom sinal, mas a maré é forte (viva) e pode ser por isso.Alguns cumprimentos de amigos e conhecidos , e abanões de cabeça, não de cima a baixo mas de lado a lado.Então não dá nada?Alguns dizem que sim, "aqui há pescadores, caçadores e outros mentirosos" e douradas? isso mais para ali.
Mas nós viemos foi para pescar.Linhas na água.Nada.Muda de isca.Pois...pois...nada.Muda de lugar , mais do mesmo.Uma hora depois, o meu parceiro...olha um robalo...está meio morto, o gajo;então como é?Tinha posto a cana no descanso e não senti;só ia ver se ainda tinha isca.Belo pescador...grande pescador.
Vamos á boca da barra, hoje não parece andar aí os "azuis".Corrente fortíssima para o fim da enchente, nem o chumbo de 100gr vai ao fundo.
Telemóvel,tens jantar?a minha mulher pergunta sempre isto, penso que acha piada;o teu genro tem aperitivo, eu nem sei se estive a pescar.
Chegados á marina o empregado pergunta por peixe , e á resposta, lamenta, pois, hoje ninguém tirou nada , não foi dia de peixe, amanhã há mais.
Mais uma Grade.Mas se não for não pesca, e além disso há sempre aqueles que tiram mesmo peixe, mas deixam sempre a máquina fotográfica e o telemóvel em casa, e as reportagens perdem-se.
 

domingo, 3 de maio de 2009

Princesa Matilde





O Princesa Matilde é o meu actual barco.Não é o meu primeiro barco.Já tive outros , a motor,lanchas, mas a minha perdição vai para os veleiros.Só que ,eu normalmente ando sózinho, a família não quer ou não pode por não estarem em Aveiro, e para o veleiro é preciso, antes de mais gostar, e depois gostar.Eu adoro velejar, mas,apesar de o meu B-Jet estar mais ou menos preparado para poder andar só, a minha coluna já começava a refilar, e antes de etr uma crise forte resolvi trocar por um mais cómodo.
Mas era um lindo barco que me deixou muitas saudades e me deu muitas alegrias.
Enfim, não se pode ter tudo.
Como é evidente com o B-Jet, que se chamava e ainda se chama pois o novo dono não lhe mudou o nome, FUSIB, não era possível pescar na Ria.
Digamos que no mar largo, a  velejar, sempre se pode largar uma linha , mas também não era isso que eu queria.
Além do mais, com sinceridade , eu tinha saudades da pesca embarcada.
Eu nasci na Beira-mar, na Praça do Peixe em Aveiro, pertinho da Capela de S. Gonçalinho, hei-de falar disto mais tarde,desta romaria tipica, e por isso sou CAGARÈU.Com letra grande porque me orgulho de o ser, como penso que a maior parte deles.
A minha rua, boa eu tinha uma rua, a rua onde eu morava claro, desfaça-se o encanto, só tinha casas dum lado; do outro era a Ria , o braço de ria da Praça do Peixe, o Cais dos Mercanteis.
Que saudades tenho desse tempo. Mas enfim, 
vamos ao que interessa. 
Então, contra todas as opiniões por isto ou por aquilo, ou seja, porque era má época para vender, porque afinal eu o que gosto mais é de vela, pus o B-Jet à  venda, e vai de procurar uma lancha.Não é assim tão liquido como parece.Grande, pequena,cabinada, aberta? Cada uma tem o seu fim, nada de misturas.
Tomei um compromisso.Tinha de servir para a família, para a pesca , mas pesca de Verão e de Inverno, porque um dos meus maiores prazeres é o Mar e a Ria de inverno, sem chuva mas com frio. Que delícia!
E encontrei eata em segunda mão e a preço razoável.
Cumprimento 6,15 metros
Boca(largura máxima)2,45 metros
Lotação 6 pessoas
Motor fora de borda 90 HP a 2 tempos ( aqui está o galho ) porque foi barata ? Suzuki.
E vai de lhe chamar "Princesa Matilde".Quem é esta princesinha? A minha única neta por quem tenho uma paixão daquelas.Pronto está dito.
Claro que para o tipo de pesca que se faz na Barra (Aveiro ) não é o ideal, isto porque a cabine , fechada , dificulta de alguma maneira o control em pesca.Mas com geito a coisa vai.E já o experimentei , tendo apanhado algumas douradas e alguna robalos.
O importante...importante , é ter prazer na navegação, na comodidade e claro na pesca.
Pois faltava sim senhor; é um Oqueteau.



Ao arrolado

Em Aveiro,especialmente no verão, os companheiros que têm embarcações, praticam um tipo de pesca a que chamamos "arrolado" o do qual ainda não encontrei aqui no forum uma descrição.Consiste em deixar a embarcação seguir com a corrente,enchente ou vazante,mas preferencialmente a primeira,com um chumbo de 60 a 100 gramas,dependendo da corrente, visando mante-la no fundo.O aparelho com um ou dois anzoís é iscado preferencialmente com isco vivo, Galeota adulta, a que aqui se chama erradamente "lingueirão" ou serradela (bicha da lama) ou cazulo para Robalo mais pequeno ou dourada média. 
Com este tipo de pesca podem apanhar-se robalos de até 5 ou 6 kilos que entram na barra. 
É de NOTAR duas coisas:1º - O isco vivo, "lingueirão" é iscado pelos olhos fazendo passar o anzol de um ao outro olho,ficando assim pendurado do anzol e vivo.2º - Este tipo de pesca é praticado dentro da Ria ,principalmente na Entrada da Barra onde é Proibido, e no canal de Ovar onde é permitido. 
Resta acrescentar que este isco,Galeota,tem uma resistência formidável,mantendo-se viva muito tempo.Pode manter-se vários dias em recipientes com boa passagem de água dentro da ria, ou em aquários desde que refrigerados. 
Num bom dia de pesca podem ,podiam-se tirar,a nova lei não permite uns bons vinte Robal

segunda-feira, 20 de abril de 2009

A explicação

Os Amigos do Forum Pescacomamostras com a sua habitual boa vontade, arranjaram-me imediatamente a explicação para os animais que vinham ferrados na dourada.
Então aqui fica o registo, com os meus agradecimentos.
"Aqui fica a explicação:
"Crustáceos Isopodas - Ectoparasitas
Por vezes capturamos exemplares que trazem agarrados uns crustáceos parasitas a que chamamos, vulgarmente, carraças do peixe.
São isópodos parasitas que se prendem aos peixes quando estes passam junto a pedras ou quando se encontram a dormir. Podem fixar-se em qualquer local do corpo, mas a sua preferência vai para as guelras (câmara branquial) e para a cavidade bucal. 
Depois de se fixarem estes parasitas alimentam-se dos fluídos do hospedeiro, causando emagrecimento, dificuldades para nadar, bem como lesões que podem causar infecções, resultando na sua morte.
O consumo humano de peixes afectados não acarreta quaisquer riscos, desde que se proceda a uma limpeza eficaz dos parasitas. No entanto, deve evitar-se o seu consumo quando a extensão das lesões seja muito grande ou que evidenciem um aspecto desagradável." (autor - Katembe)"

sábado, 18 de abril de 2009

Douradas e parasitas






Hoje, na Ria de Aveiro, pesquei uma dourada que tinha três parasitas na cabeça.Estavam de tal modo agarrados que só dei por ela quando em casa me preparava para amanhar o peixe.
É verdade que chovia tanto que nem dava para olhar muito tempo para o peixe apanhado, só uma olhadela para ver se estava tudo bem.
Ora eu, embora não seja um grande pescador, sou pelo menos, disso estou certo, um bom conhecedor dos animais marinhos,não só os peixes claro, e não me lembro de ter visto tal coisa na minha vida.
Aianda não comecei a indagar , mas vou começar.
Para já fica o registo e voltarei ao assunto em breve.

sexta-feira, 10 de abril de 2009

De volta á pesca.

Eu até podia dizer que sou um grande pescador e contar umas historias de pesca, mesmo correndo o risco de me juntar aos " pescadores, caçadores e outros mentirosos", mas não é nada disso.
A verdade é que já não pescava há quase dez anos, e comecei a sentir a "nostalgia da pesca", ou a "saudade de olhar para a ponta da cana" durante horas...!
Comprei uma embarcação a motor, já não é a primeira, e dei-lhe o nome da minha única neta "Princesa Matilde", e fui desenterrar o material; canas, carretos, anzois, linhas... tudo reliquias, ou melhor, monos. Os carretos encravados, as linhas podres e os anzois e passadores de canas cheios de ferrugem.
 Vou á loja.
Mas lembrei-me, vou primeiro á internet.
Meus amigos, o que fui fazer! Descobri que de pesca não sei nada, de peacar só no prato , e mal, de pescador só mesmo a vontade de o ser!!!
Mas eu não sou de desistir. E , aí vai.
Corrico, spinning, surfcasting, como um colegial a tomar notas e mais notas.
Amostras, iscos vivos, linhas e mais linhas, estralhos, tipos de pesca.
Teóricamente sei muito, mesmo muito.
Na prática apanhei uns robalitos, poucos , dentro das medidas, e umas douradas no limite.
Mas aprendi, aprendi que "Pescar e libertar" é importante e mais, dá prazer, cria uma certa sensação de proteção e sentimento de estar a fazer algo de bom , ou não fazer algo de mal.